Adm. Fabrine Schwanz, Conselheira no Conselho Regional de Administração do Espírito Santo (CRA-ES)
Estamos vivenciando o efeito de um mundo cada vez mais conectado e não somente pelas redes sociais, desabonando a crença de que os acontecimentos na China ficam por lá e não nos afeta no Brasil. Assim foi com o coronavírus: está do outro lado do mundo! Mas, contrariando, em pouco tempo ele chegou aqui. Concomitantemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou pandemia estabelecendo um protocolo para a situação.
No geral, as recomendações, além das diretrizes de higiene amplamente divulgadas, abrangem medidas onde devem ser evitadas aglomerações, chegando mesmo ao extremo do isolamento. E é nesse ponto que começa um grande problema. A produção e a economia dependem diretamente de determinados tipos de ajuntamentos: grandes indústrias, centros comerciais, shoppings, restaurantes, dentre outras atividades, que serão diretamente impactadas pelo coronavírus.
É imprescindível que os pequenos negócios se preparem para lidar com a situação. Os impactos, à medida que vai se agravando ou perdure, podem acarretar prejuízos financeiros e até demissões. O primeiro passo é a empresa estabelecer condutas claras para lidar com o coronavírus e disseminar para colaboradores e clientes, de forma a zelar pela proteção e transmitir confiança. Uma comunicação efetiva com a equipe deve ser realizada, orientando-os sobre as formas de contágio, medidas protetivas e deixar claro que ao menor sinal de sintomas o funcionário deve permanecer em casa.
Uma medida a ser tomada, caso haja um grande fluxo de pessoas em seu negócio, é estabelecer limites para aglomeração. Restaurantes, por exemplo, podem seguir as recomendações da OMS e manter uma distância entre as mesas do salão de no mínimo dois metros. Isso mesmo, se precisar, retire mesas do salão! Melhor garantir um movimento menor e a confiança do cliente, que colocá-lo em risco. Se for um comércio restrinja o número de pessoas no espaço. Esclareça que é uma medida para garantir a segurança. O brasileiro é culturalmente caloroso, mas agora é hora de receber sem apertos de mão. Leve no bom humor e receba com um sorriso.
Outra alternativa é adotar um sistema de home office para algumas funções. Assim você evita a exposição da equipe a grandes aglomerações, como o transporte público, deixando o mesmo somente para atividades imprescindíveis.
Levante as possibilidades de utilização da tecnologia para atender seu cliente. Aqui as redes sociais se tornam um grande aliado contribuindo para promover o negócio e ofertar produtos e serviços, bem como, fazer com que eles cheguem até o cliente.
Em se tratando de produtos e serviços considerados não essenciais, é preciso ter consciência de que provavelmente haverá uma diminuição da demanda temporariamente. O grande xis da questão é desenvolver estratégias para, na medida do possível, manter a operação em um nível que consiga garantir a saúde de seu negócio, pois passada essa fase, a demanda que foi retraída pode voltar até com mais força. Refaça todas as projeções financeiras do negócio!
De acordo com o segmento em que atua, poderá haver impactos em maior ou menor grau. Verifique a necessidade de tomada de capital de giro para manter as contas em dia.
Uma administração responsável prevê não apenas comunicar boas práticas para não perder clientes, mas que elas sejam de fato efetivas para que cada um possa fazer seu papel, inclusive as empresas, no combate à proliferação do coronavírus para que consigamos lidar, da melhor forma possível, com essa pandemia. E temos que ter a real dimensão deste problema, pois quanto maior o tempo que a situação se alastrar, maiores os impactos sobre a economia e geração de empregos.