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Falta de investimento e gestão atrasam crescimento das cidades

Segundo levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), quase metade dos municípios pesquisados usam apenas 3% do orçamento em investimentos. A falta de profissionais capacitados da área de Administração e Gestão estão entre os motivos que impedem a maior parte dos municípios de alcançar o equilíbrio financeiro, investir e avançar em indicadores socioeconômicos satisfatórios.

O professor e doutor em planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Pará, Juliano Pamplona, aponta também como desafio neste sentido a grande diferença de condições entre as cidades  e a dependência de recursos externos, como do próprio governo federal.

“Então, embora possamos falar que nos municípios de médio e grande porte a taxa de investimento, de capital, perfazem 10 a 15%, mas o grosso dos municípios investem 3% do orçamento”, explica.

O professor comenta que têm prefeituras com mais estruturas. Contudo, essa não é a realidade da maioria dos municípios. “Tem ainda uma situação de muitos municípios brasileiros num contexto de dependência das transferências obrigatórias”, conta.

O pesquisador defende a logística e infraestrutura adequadas às características físicas e   socioeconômicas de cada região. Para ele é também importante pensar o custo dessas infraestruturas, considerando como fonte o investimento público, já que o investimento empresarial pode não ser viável e interessante para o setor privado a longo prazo.  Nesse caso, é necessário rediscutir o pacto federativo neste aspecto

“Setores mais conservadores da política brasileira e da gestão pública brasileira e de tendências mais à esquerda concordam nesse ponto. E para isso não precisa de uma revolução institucional, precisa haver repactuação”, pontua o professor.

Pamplona defendeu a importância de o país discutir um programa nacional sob a ótica do setor público de provisão de infraestrutura. Do contrário, o Brasil não terá um crescimento consistente do PIB.

“Não é o mercado que vai fazer isso. Constitutivamente, historicamente, em todos os países do mundo, nem na Inglaterra – que é um país com tradição mais liberal – isso pode acontecer. A infraestrutura está a cargo do setor público. Nós temos que reivindicar um programa nacional’, afirma.

A questão sobre Cidades Inteligentes e o Planejamento Público Municipal para o Desenvolvimento Urbano fez parte das discussões do Fórum Internacional de Administração. Evento promovido recentemente pelo Conselho Federal de Administração e parceiros em Belém do Pará.

Fonte: Denise Coelho | Rádio ADM