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Ensino superior: universidades brasileiras não estão entre as melhores do mundo

Nenhuma IES do país está entre as 100 melhores do ranking. Para o diretor do CFA, problemas da educação superior começam no ensino básico e IGM-CFA pode ajudar gestores a direcionar políticas públicas mais eficazes na área

Um estudo conduzido pela World University Rankings revelou que nenhuma universidade estadual ou federal brasileira figura entre as 100 melhores do mundo. A lista apresenta apenas 22 instituições nacionais no ranking das 1.000 mais bem avaliadas. A avaliação considera quatro áreas principais: sucesso acadêmico dos ex-alunos, empregabilidade, distinções do corpo docente e pesquisas realizadas.

As primeiras posições do ranking são ocupadas exclusivamente por instituições dos Estados Unidos, como a Universidade Harvard, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade de Stanford. A melhor colocada entre as universidades brasileiras é a Universidade de São Paulo (USP), ocupando a 109ª posição.

A segunda melhor colocada brasileira também é de São Paulo, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que subiu da 347ª para a 344ª posição. Para especialistas, o resultado nada animador é fruto do enfraquecimento que a educação superior sofreu nos últimos anos.

O Ministério da Educação já adiantou que, para recuperar essas perdas, serão investidos cerca de R$ 2,44 bilhões com o intuito de fortalecer a educação superior e o ensino profissional e tecnológico público no país.

Educação básica em foco

Apesar da previsão de investimento, boa parte das mazelas da educação superior são fruto, também, do baixo investimento na educação básica. O Índice CFA de Governança Municipal (IGM-CFA) – ferramenta desenvolvida pelo Conselho Federal de Administração (CFA) para avaliar a governança pública dos municípios brasileiros – apresenta dados valiosos sobre a qualidade e eficiência dos sistemas educacionais nos municípios.

O diretor de Gestão Pública do CFA, Adm. Rui Ribeiro, explica que os indicadores de educação presentes no IGM-CFA podem desempenhar um papel fundamental na melhoria da educação no país.

“Primeiramente, eles fornecem uma visão abrangente do desempenho educacional em nível municipal, permitindo que gestores públicos, educadores e pesquisadores identifiquem áreas de excelência e áreas que precisam de maior atenção”, afirma.

O IGM-CFA consolida dados de mais de 5 mil municípios brasileiros, nas suas importantes três dimensões – Finanças, Desempenho e Gestão -, nos 12 indicadores e nas 30 variáveis. O estudo foi elaborado a partir de dados secundários e considera áreas como saúde, educação, saneamento e meio ambiente, segurança pública, gestão fiscal, transparência, recursos humanos, planejamento e outras.

Ao analisar indicadores como investimento em educação, IDEB, taxa de abandono, distorção série idade e cobertura de creches, é possível identificar quais municípios estão alcançando resultados positivos e quais enfrentam desafios significativos. “Isso permite a implementação de políticas educacionais direcionadas e a alocação de recursos adequados para promover a melhoria contínua”, comenta Rui.

Para o diretor do CFA, o desempenho do aluno na educação básica influencia a qualidade deste estudante quando ele chega no ensino superior. “Um curso de graduação que acolhe alunos com formação prévia deficiente pode até ter a capacidade de realizar um bom trabalho, porém, pode não contar com seus ex-alunos entre os profissionais mais destacados no mercado”, opina o diretor.

Por fim, Rui reforça a importância de usar o IGM-CFA.

“Ao utilizar esses indicadores de forma estratégica, os gestores públicos e demais atores envolvidos na área da educação podem identificar desafios, implementar políticas direcionadas e promover melhorias significativas na qualidade da educação oferecida no país”, concluiu.




 

CRÉDITO: Ana Graciele Gonçalves | Assessoria de Comunicação CFA
Imagem destaque: Secom/UnB
Imagem ranking: Poder 360