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Comissão Adm. Mulher defende valorização do mérito e equidade de oportunidades no mercado de trabalho

A diferença salarial entre homens e mulheres continua sendo um desafio no mercado de trabalho, apesar dos avanços em busca de equidade de gênero. No Espírito Santo, as mulheres ganham, em média, 29,25% a menos que os homens, segundo o 2º Relatório de Transparência Salarial, elaborado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres. O levantamento é baseado em informações de empresas com 100 ou mais funcionários, conforme a Lei n.º 14.611/2023.

O Espírito Santo já havia se destacado negativamente no primeiro relatório, divulgado em março de 2023, quando apresentou a maior disparidade salarial entre homens e mulheres no Brasil. Na ocasião, a diferença média era de 35,1%. O estudo também aponta que a remuneração média dos homens é de R$ 3.948,15, enquanto a das mulheres é de R$ 2.793,41. Entre dirigentes e gerentes, a disparidade salarial chega a 30,8%.  

O relatório também revelou que algumas empresas têm adotado medidas para reduzir essa desigualdade. No Espírito Santo, 42,2% das empresas possuem planos de cargos e salários, 36,6% oferecem incentivos para a contratação de mulheres, 35,6% promovem políticas para mulheres em cargos de liderança e 29,4% incentivam contratar mulheres negras.  

A Administradora Valéria Aquino, coordenadora da Comissão Adm. Mulher do Conselho Regional de Administração do Espírito Santo (CRA-ES), destaca que a desigualdade salarial reflete questões estruturais. “A desigualdade salarial entre homens e mulheres é uma realidade preocupante, e no nosso Estado, essa disparidade é a maior do Brasil. No entanto, observo um crescente despertar das mulheres para o mercado de trabalho, tanto em relação à preparação intelectual quanto à busca por igualdade”, afirma.  

Para Aquino, é importante que as empresas adotem critérios claros e objetivos para remuneração e promoção profissional. “Empresas podem adotar medidas como a inclusão de mais mulheres em posições estratégicas e de alta gestão, remunerando-as de forma igualitária aos homens, e a análise técnica das funções, focando nas habilidades e qualificações, e não no gênero”, sugere.  

A Comissão Adm. Mulher do CRA-ES tem promovido debates, rodas de conversa e iniciativas para fortalecer a equidade de gênero nas organizações. As ações buscam incentivar empresas a adotarem políticas que garantam igualdade salarial e maior representatividade feminina em cargos de liderança, com foco na valorização do mérito e das competências profissionais.