Com o passar do tempo a preocupação com a saúde mental no ambiente de trabalho vem ganhando cada vez mais destaque. O crescente número de casos de pessoas desenvolvendo crises de ansiedade, depressão, síndrome de burnout e do pânico tem preocupado.
O burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, foi classificado pela Organização Mundial da Saúde como esgotamento fruto do estresse crônico no local de trabalho que não foi administrado com êxito. Uma pesquisa feita pela Internacional Stress Management Association, em 2019, apontou que 32% da população mundial economicamente ativa enfrentava o problema.
A síndrome está ligada ao estresse, alta demanda, responsabilidade excessiva e competitividade no ambiente de trabalho. A coordenadora temática em Gestão de Pessoas do Conselho Regional de Administração de Minas Gerais, Carol Fernandes, afirma que algumas medidas podem ser tomadas para prevenir o problema nas organizações.
“Os líderes precisam ser exemplos e enaltecer os comportamentos saudáveis, ajudar os funcionários a trabalhar de forma mais equilibrada. Um segundo ponto muito importante é a comunicação eficaz. O RH pode auxiliar muito e promover ações que comuniquem e demonstrem com transparência e simplicidade quais são os valores que a empresa acredita”.
A 19ª edição do Índice de Confiança Robert Half aponta que as empresas estão mais atentas para prevenir o burnout. A pesquisa revela que 80% delas já se preocupam em adotar medidas para alcançar maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
Carol Fernandes recomenda ainda criar programas estruturados de saúde que englobem ginástica funcional, pausas, reuniões mais assertivas e rápidas, subsídios para atividades físicas e estímulos para alimentação saudável.
“Deve haver um programa de melhoria contínua onde todas as ações que foram implementadas sejam verificadas e melhoradas para que promovamos não só a produtividade e a entrega de resultados da empresa. Mas também a felicidade das pessoas que trabalham nela”.
Mulheres
O público feminino é o mais afetado com a síndrome. O levantamento Women in the Workplace 2021 mostrou que 42% das mulheres entrevistadas sofrem com sintomas de burnout.
Muito disso está justamente ligado a rotinas excessivas, alta cobrança e uma busca implacável por resultados e por uma suposta perfeição. Entre os principais sintomas estão dor de cabeça, problemas de autoestima, dificuldades de concentração e perda de sono.
O sinal de alerta segue ligado para tentar contornar a situação e fazer com que o Brasil saia da incômoda posição de segundo país com maior número de profissionais com o problema.
FONTE: Rodrigo Miranda, Assessoria de Comunicação CFA e Adriana Mesquita, Repórter Rádio ADM