Feminino, Social ou ‘convencional’, o segmento é amplo e seus objetivos vão além do lucro. Pode ser sinônimo de inclusão social e de gênero, mas exige perfil adequado
Realizada entre os dias 28 e 30 de setembro, a Semana Temática do Empreendedorismo do CFA reuniu alguns dos principais nomes relacionados ao assunto no Brasil. Transmitido ao vivo pelo canal da autarquia no Youtube (o CFAPlay), a programação mostrou desde palestras e discussões até oficinas (aulas práticas) a profissionais da Administração e estudantes.
Na primeira exposição, a administradora, professora universitária e empreendedora, Izabel Santos, discorreu sobre o cenário do empreendedorismo feminino no Brasil. Em sua apresentação, ela destacou que as mulheres representam 51,8% da população brasileira (os homens 48,2%), são 55% dos estudantes universitários, mas ocupam apenas 31% dos cargos de gerência e 13% dos cargos de presidência nas empresas, mesmo sendo maioria entre a população.
A professora ressaltou que a desigualdade de gênero é um problema estrutural no país, sendo disseminada entre todas as classes sociais. É fruto, segundo ela, de uma construção histórica que permitiu e reforçou o contraste no tratamento entre homens e mulheres.
Para reforçar seus argumentos, ela trouxe dados históricos que mostram aquisição de direitos tardios conquistados pelas mulheres, no século passado e no início do atual. Em 1932, as mulheres conquistaram o direito ao voto, e até 1962 era preciso autorização do marido para trabalhar fora de casa.
“Compartilho com vocês um relato pessoal. Sou casada e durante determinado período, até 1988 mais ou menos, eu utilizava o CPF do meu marido, pois dizia-se que não era necessário a mulher ter um CPF, por isso até hoje lembro do número do CPF dele, mas por vezes esqueço do meu”, revela.
Izabel destaca que até hoje existe a ideia no imaginário popular de que o homem é responsável pelo provento e a mulher pelo cuidado. De acordo com tal pensamento, elas não conseguiriam focar no trabalho corporativo, porque não podem ser boas executivas e boas mães ao mesmo tempo, o que a professora discorda.
A administradora aponta que o melhor caminho é a conscientização de ambos os gêneros sobre o equilíbrio de oportunidades. No entanto, como tal atitude é individual, ela destaca como saída o empreendedorismo feminino.
“Precisamos educar e emponderar as meninas e conscientizar os meninos sobre a igualdade de oportunidades. Assim, teremos uma sociedade mais igualitária e também mais produtiva, uma vez que isso traria um aumento no PIB global entre US$ 2,5 trilhões e US$ 5 trilhões”, diz.
Clique, aqui, e leia o restante dessa matéria na Revista Brasileira de Administração (RBA), Ed. 145.
FONTE: Leon Santos, Assessoria de Comunicação CFA