Quais são os objetivos das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do curso de bacharelado em Administração? Como estão as mudanças nas instituições? E o futuro do ensino da Administração? Essas e outras perguntas foram respondidas hoje, 10, na live “DCNs na prática – Como as novas DCNs impactam a realidade das instituições e dos alunos?”. O evento realizado pelo Conselho Federal de Administração (CFA) aconteceu na tarde desta quarta-feira, 10, no canal CFAPlay.
A live foi conduzida pela jornalista Elisa Ventura e teve a participação diretora de Formação Profissional do CFA, Cláudia Stadtlober; do diretor de Relações Internacionais da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (Angrad), Irineu Gianesi; e da mestre em Administração pela UFBA, Tânia Dias. Na oportunidade, eles deram continuidade a live anterior, que também tratou das DCNs, mas sob um aspecto mais generalista do tema.
Irineu trouxe um panorama das diretrizes e apontou as novidades para o ensino superior. Um dos primeiros pontos que ele abordou foi o currículo voltado para o desenvolvimento de competências. De acordo com o diretor, isso requer novos currículos e as instituições terão um prazo de três anos para se adaptar às novas realidades. “Na verdade, não estamos acostumados a desenhar currículos para competências. Então elas terão que repensar suas formas de pensar isso”, disse.
Outro aspecto é a gestão da aprendizagem voltada não apenas para o conhecimento, mas sobretudo para medir as competências dos alunos. A proposta é proporcionar o aprimoramento contínuo com amplo envolvimento do corpo docente. Quanto à avaliação, Irineu aponta que ela deve estar alinhada com os objetivos de aprendizagem.
“A gente quer que o aluno saiba os conteúdos, mas sobretudo saiba aplicar isso na prática. Estamos falando de aspectos cognitivos mais altos”, afirmou.
As DCNs também trazem propostas de metodologias de ensino. Além de serem subordinadas e coerentes com as propostas de aprendizagem, Irineu comenta que elas devem favorecer a motivação intrínseca do aluno ao aprendizado. De olho no mercado, o novo curso de Administração está mais focado em capacitar o discente para viver a vida profissional de forma mais engajada e comprometida.
“Fazer a ponte entre a teoria e a prática. Quanto mais a instituição trouxer esse mundo para a sala de aula, a gente traz para o currículo a preparação do aluno para o mercado. O estágio é uma forma natural de fazer isso. Mas a ideia é entregar pro mercado um aluno preparado”, explica o professor, ressaltando que o corpo docente passará por formação e desenvolvimento e sua avaliação deve valorizar a atividade de ensino e incentivar o seu aprimoramento contínuo.
Cláudia comentou que sempre ouviu comentários sobre o curso de Administração, que ele é “teórico, feito com cuspe e giz”. Com as novas DCNs, a ideia é não só mostrar a importância do “aprender a aprender”, mas oportunizar aos discentes a possibilidade de viver a Administração na prática.
“O nosso desafio enquanto docentes e gestores das instituições é poder olhar para essa proposta, inovar nos nossos projetos políticos pedagógicos e, para que isso saia do papel, é fazer essa mudança acontecer. Isso vai qualificar a nossa profissão e a preparação dos nossos egressos para atuar no mercado de trabalho”, orientou.
Para Tânia, os alunos estão preparados para viver os novos desafios propostos pelas DCNs. “O aluno precisa estar preparado para ter essa autonomia. Caso contrário, vamos continuar transmitindo conhecimento ao invés de permitir que ele desenvolva seu próprio conhecimento. Isso permitirá que formemos profissionais que, ao fim do curso, estejam motivados para viver a profissão e fazer com que o mercado nos veja de forma positiva”, disse a mestre em Administração.
Ao final, os participantes responderam aos inúmeros questionamentos que os internautas enviaram. Para conferir a live na íntegra, clique aqui.
Ana Graciele Gonçalves
Assessoria de Comunicação CFA