Demissão do jornalista da TV Globo reacende debate sobre a importância dos programas de compliance. Diretor do CFA reforça a necessidade de uma mudança de cultura para fomentar que as organizações operem dentro das normas legais e éticas
Nos últimos anos, a integridade e o compliance têm se tornado peças-chave na governança corporativa, garantindo que empresas atuem de maneira ética e em conformidade com leis e regulamentos. O recente episódio envolvendo a TV Globo e o jornalista Rodrigo Bocardi reforça a importância de mecanismos de compliance eficazes para mitigar riscos e preservar a reputação das organizações.
Segundo o diretor da Câmara de Governança e Controle do Conselho Federal de Administração (CGC/CFA), Adm. Fábio Macedo, o tema ainda precisa evoluir no país e para isso é preciso aprimoramento diário e contínuo das organizações públicas e privadas, com o alinhamento de teoria e prática. Ele ressaltou, também, que empresas como a Globo, que possuem diretrizes de compliance bem estabelecidas, têm que agir rapidamente diante de crises para assegurar que princípios como imparcialidade, responsabilidade e governança sejam preservados.
“É preciso promover uma mudança de cultura, não apenas para cumprir das normas dos órgãos de controle, mas sobretudo para melhorar os processos e melhorar a imagem da organização perante a sociedade.”, destacou.
Assim como a TV Globo, o CFA também criou o programa de integridade e compliance da autarquia, que se aplica a todo o Sistema CFA/CRAs. A ideia da iniciativa é garantir que a autarquia e os Conselhos Regionais de Administração (CRAs) operem dentro das normas legais e éticas, a fim de proteger a reputação do Sistema, evitar riscos financeiros e jurídicos, prevenir fraudes, corrupção e condutas inadequadas, promovendo um ambiente organizacional transparente e responsável.
“No cenário atual, onde a reputação de uma empresa pode ser afetada rapidamente por meio das redes sociais e da opinião pública, investir em compliance não é apenas uma obrigação legal, mas uma estratégia essencial para garantir a sustentabilidade dos negócios”, destaca Fábio.
Recentemente, o CFA também lançou o seu próprio Código de Conduta, material que traz pontos como gestão de riscos, controles internos, canais de denúncia, treinamento, comunicação, diligências, monitoramento e auditoria. A autarquia também tem realizado treinamentos contínuos.
“Uma administração ética e transparente é sustentada por uma governança eficaz e um forte compromisso com o compliance e o controle, que são essenciais para o sucesso e a confiança no ambiente organizacional”, ressaltou o diretor.
Conceitos de Governança, Integridade e Compliance
A Governança refere-se ao conjunto de processos, políticas e práticas que garantem a tomada de decisões estratégicas de forma ética e eficaz. Já a Integridade diz respeito à transparência e honestidade no comportamento organizacional, promovendo confiança entre colaboradores, clientes e parceiros. O Compliance garante a conformidade com leis, normas e regulamentos, minimizando riscos legais e financeiros. Juntos, esses mecanismos criam um ambiente corporativo onde decisões são tomadas de forma ética e transparente.

Ana Graciele Gonçalves
Assessoria de Comunicação CFA